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Por uma liderança feminina antifrágil generativa


Camila Achutti, fundadora e CEO da Mastertech. Créditos: Arquivo CREA-RS

Que se substituam as redes de apoio por redes estratégicas: essa é a proposta de Camila Achutti, fundadora e CEO da Mastertech, escola de pensamento digital, ágil, lógico e humano; delegada do Women20 (W20), iniciativa do G20 para aconselhamento dos líderes de estado participantes; e criadora do portal “Mulheres na Computação”. Camila foi a palestrante magna do evento Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, promovido pelo Confea nesta segunda-feira (23/6), em Brasília. A solenidade foi transmitida ao vivo e pode ser recuperada no YouTube:

 

 

“Não quero mais rede de apoio, quero redes estratégicas. Liderar é ampliar e ocupar os espaços. A gente aprende em toda interação. Se entendemos isso, trocamos apoio por estratégia”, afirmou Camila. Para atingir isso, ela apresentou conceitos como educação circular e antifragilidade. “Antifrágil é algo que cai e não quebra, mas não é robusto, rígido, duro. Resiste, mas para resistir, se transforma”.

Uma das dicas que Camila deu foi a de prestar atenção a tudo o que acontece fora dos domínios profissionais. “Assuntos de outros interesses podem trazer insights para sua área e te ajudar a ser melhor líder. Se quer ser líder, estude gestão de pessoas, finanças, economia, estratégia, psicologia comportamental, etc”. Ela também disse que é muito importante deixar claro o que se quer, se há o desejo de ser líder.

Camila defende a prática de uma liderança feminina antifrágil generativa, e mencionou quatro ações básicas para caminhar nesse sentido: i) estudar e ser a voz do contexto; ii) proteger seus talentos (atribuir a inteligências artificiais apenas atividades em que se é mediana, continuar performando aquilo em que se tem vantagem comparativa); iii) estudar por que os sistemas operacionais funcionam da forma como funcionam, perguntar para os responsáveis; iv) praticar a honestidade radical. “Vamos conseguir transformar o Programa Mulher não só em uma rede de apoio, mas em uma rede estratégica”.

A cientista social contou que nem sempre quis ser líder, que foi sendo empurrada para os cargos. “Não foram decisões conscientes, no início. Esse caminho é muito comum para mulheres, não querer ser líder antes de ser muito boa tecnicamente”. Camila entrou no curso de Ciência da Computação da Universidade de São Paulo (USP) em 2010, quando ainda não se falava em diversidade – era a única menina da turma de 50 alunos. Logo no primeiro semestre programou seu primeiro blog.

Seu início de carreira foi no Google, trabalhou fora do país e voltou para mudar o sistema local: construiu uma escola, fez mestrado e começou o doutorado, interrompido por conta da maternidade. É mãe de duas filhas. A Mastertech faz parcerias com Google, Intel, Accenture, Itaú, Citibank IBM, Bayer. Em 2019 fundou a Somas, organização sem fins lucrativos que se dedica a construir alternativas no campo da inclusão digital.

Beatriz Craveiro / Equipe de Comunicação do Confea

 

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