O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e a Sociedade Americana de Agronomia (ASA, na sigla em inglês) lançaram na quinta-feira (10) o programa Certified Professional Agronomist Engineer (CPAE) – Brazil, iniciativa inédita no país que marca um novo capítulo na valorização e internacionalização da agronomia nacional. Um certificado internacional, como o CPAE, valida o conhecimento técnico e a competência do engenheiro agrônomo de acordo com padrões reconhecidos globalmente. Além de destacar o profissional no mercado nacional, a certificação também amplia suas oportunidades de atuação em empresas multinacionais, ONGs internacionais e projetos de cooperação agrícola pelo mundo.
A conquista da certificação demonstra atualização constante e alinhamento com as melhores práticas em sustentabilidade, inovação tecnológica e manejo responsável, como lista o presidente do Confea, Vinicius Marchese. “Entre outras vantagens, o CPAE pode abrir portas para cargos mais elevados, melhores remunerações e acesso a mercados mais exigentes e regulamentados”, salienta. Ao reconhecer competências com base em critérios técnicos internacionais adaptados à realidade brasileira, o programa beneficia toda a cadeia produtiva, com profissionais mais preparados para enfrentar os desafios do agronegócio moderno em quatro grandes áreas: manejo agrícola; manejo de pragas e doenças; manejo de solo e água; e fisiologia vegetal.
Veja como foi o lançamento no Youtube do Confea
O CPAE-Brazil será gerido pela ASA, organização referência mundial em práticas agrícolas sustentáveis e certificações profissionais há mais de 20 anos e que congrega 12 mil consultores certificados. O Confea, parceiro institucional, será responsável por validar a regularidade profissional, a experiência comprovada e a integridade ética dos candidatos.
A primeira avaliação está prevista para agosto de 2025. As provas estarão disponíveis em português, e os profissionais registrados no Sistema Confea/Crea terão 25% de desconto no processo de certificação. Os critérios para se tornar um engenheiro agrônomo certificado são: ter registro ativo e regular no Sistema Confea/Crea e Mútua; comprovar no mínimo 5 anos de experiência profissional, registrada por meio de ARTs e acervo técnico; e não possuir sanções ético-disciplinares transitadas em julgado. A validade do certificado será de dois anos, com exigência de atualização profissional contínua.
O lançamento de hoje é resultado de um trabalho iniciado em 2018, quando representantes do Confea abriram tratativas com a ASA, a Crop Science Society of America (CSSA) e a Soil Science Society of America (SSSA). Após a assinatura de Acordo de Cooperação em 2019, foi criada a Comissão Temática de Certificação de Profissionais do Grupo Agronomia, composta por conselheiros federais e especialistas como Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, Evandro José Martins, Kleber Souza Santos, Laerte Marques da Silva e Clóvis do Lago Albuquerque. Ao longo dos anos, o grupo – supervisionado pela Comissão de Educação e Atribuição Profissional (Ceap), atualmente coordenada por Osmar Barros Júnior – desenvolveu e validou um modelo de certificação adaptado à realidade dos engenheiros agrônomos brasileiros.
Entre os marcos do projeto, destaca-se a colaboração de profissionais que atuaram como examinadores e contribuíram com questões específicas à realidade do Brasil para compor o banco de dados da ASA. Um seminário realizado em julho de 2024 reuniu representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, Associação Brasileira de Normas Técnicas, Confederação Nacional da Agricultura, Organização das Cooperativas do Brasil e Banco do Brasil, ampliando o debate com os principais atores do setor. Em 2024, o engenheiro agrônomo Luiz Antonio Corrêa Lucchesi foi oficialmente indicado como representante do Confea no International Certified Crop Adviser (ICCA) Board da ASA, coroando o avanço da representação brasileira em fóruns internacionais.
Saiba mais sobre a certificação, acessando o site da ASA: https://www.sciencesocieties.org/certified-crop-adviser/get-certified/brazil
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Julianna Curado / Equipe de Comunicação do Confea
