
O 12º Congresso Nacional de Profissionais (CNP) do Sistema Confea/Crea entra em uma nova fase nesta semana. Após os encontros microrregionais, municipais e regionais promovidos pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas), em parceria com entidades de classe e instituições de ensino, inicia-se agora a etapa de sistematização das 263 propostas recebidas em todo o Brasil sobre temas como mobilidade urbana, engenharia pública, saneamento básico e qualidade ambiental, que refletem os anseios da população e as ideias dos profissionais de cada canto do país.
As atividades desta segunda e terça (25 e 26), realizadas no plenário do Confea, reúnem 27 coordenadores das Comissões Organizadoras Regionais, oito membros da Comissão Organizadora da Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (ConSoea) e seis analistas do Confea. Divididos em seis grupos, eles têm a responsabilidade de analisar e classificar as propostas, de acordo com os seguintes critérios: pertinência aos eixos temáticos prioritários; clareza da situação existente; clareza e coerência da proposta; viabilidade de implementação; e aderência ao Índice de Progresso Social Brasil (IPS).
Das 263 proposituras, as 60 com maior pontuação serão encaminhadas para discussão e votação em Vitória (ES), entre 9 e 11 de outubro, durante a etapa nacional do congresso, como adiantou a assessora técnica da Comissão Organizadora Nacional da Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) e do CNP (ConSoea/ConCNP), Silvia Girardi. “As propostas aprovadas em Vitória serão compiladas em forma de relatório técnico a ser encaminhado a gestores públicos com sugestões para o planejamento urbano e desenvolvimento das cidades das cinco regiões do Brasil”.
Agregar valor para a sociedade
Realizado tradicionalmente a cada três anos, logo após a Soea, o CNP chega à sua 12ª edição com o tema “Engenharia, Agronomia e Geociências no desenvolvimento das cidades”, estruturado em cinco eixos: acessibilidade e mobilidade urbana; saneamento básico; engenharia pública; qualidade ambiental; e desenvolvimento sustentável energético para os municípios.
Neste sentido, os critérios dos trabalhos desta 12ª edição foram organizados de modo que o resultado do CNP contribua efetivamente para melhorar a realidade brasileira. “Estamos usando o IPS Brasil, um índice que passou a ser medido no Brasil em 2024, e é estruturado em três dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades”, explicou o assessor do Confea, Alexandre Borsato, ao destacar que a metodologia do congresso foi aprimorada para gerar valor à sociedade e permitir o acompanhamento e a comparação de indicadores ao longo do tempo. A adoção do IPS Brasil considera sua capacidade de avaliar a qualidade de vida da população de forma multidimensional, verificando se as pessoas dispõem das condições necessárias para prosperar, indo além das métricas tradicionais e dos paradigmas econômicos, possibilitando ainda comparações entre municípios, estados e regiões.
Outra novidade deste ano é o sistema eletrônico de votação votacnp.confea.org.br que já foi utilizado nos encontros microrregionais e nos congressos estaduais para agilizar o processo de seleção de propostas, como frisou o analista da área de Tecnologia da Informação do Confea Rodrigo Borges: “O site foi desenvolvido para ser simples e para facilitar o manuseio tanto por notebook quanto por celular”.
Virada de chave
Na abertura dos trabalhos na manhã desta segunda-feira (25), na sede do Confea, as lideranças do Sistema destacaram a importância de os representantes dos Creas aproveitarem esta etapa do CNP como uma oportunidade de olhar para fora do Sistema e contribuir para a construção de cidades mais sustentáveis, inclusivas e ambientalmente equilibradas.
“Desejo que nestes dois dias vocês possam escolher as melhores propostas para fazer com que nosso Sistema Confea/Crea e Mútua seja ainda maior do que já é, beneficiando todos os profissionais e toda a sociedade”, motivou o conselheiro federal Cândido Carnaúba, membro da Comissão Organizadora Nacional da Soea e CNP (ConSoea/ConCNP) e coordenador da Comissão de Articulação Institucional do Sistema (Cais), enfatizando que este trabalho tem o apoio do presidente do Confea, Vinicius Marchese.
Na mesma linha, o presidente do Crea-ES e anfitrião do 12º CNP, Jorge Silva, ressaltou que o Sistema deve acompanhar o avanço tecnológico e destacou o papel do congresso como fórum para atender às demandas dos profissionais e da sociedade. “Precisamos estar unidos e fortes, trabalhando com competência para fazer o bem para nossos profissionais e para a sociedade. Por isso, o olhar crítico de vocês é importante neste momento que precisa ser valorizado”, afirmou.
Já o diretor de Benefícios da Mútua, Evânio Nicoleit, reafirmou o compromisso da instituição com o CNP, que neste ano investiu aproximadamente R$ 7 milhões na realização do evento. “Desejamos a todo um profícuo encontro que vai culminar em um grande trabalho e um grande CNP”, disse.
O comprometimento com a missão de fazer do CNP um instrumento para promover melhorias na qualidade de vida das pessoas e reduzir as desigualdades do Brasil também foi salientado pelos demais integrantes da ConSoea/ConCNP: os presidentes do Crea-BA, Joseval Carqueija, e Dilson Luiz, do Crea-SE, anfitriões da 79ª e 81ª Soeas respectivamente; o coordenador do Congresso Técnico-Científico da Engenharia e da Agronomia (Contecc), Osmar Barros Junior; a chanceler do Mérito, Carmen Petraglia; o representante das Coordenadorias de Câmaras dos Creas, Daniel Diniz; e o representante do Colégio de Entidades Nacionais (Cden), Adriano Sampaio.
Em uma breve apresentação, os representantes dos Creas corroboraram o engajamento de sistematizar as propostas com foco em soluções para a sociedade, lembrando que cerca de 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável e mais de 90 milhões não têm coleta de esgoto.
Na etapa nacional do CNP, em Vitória, a expectativa é reunir 615 delegados, sendo 199 institucionais e 416 estaduais – divididos entre 139 com mandato e 277 sem mandato. O grupo terá a missão de debater e propor políticas públicas, estratégias e programas de atuação voltados ao desenvolvimento nacional, ampliando a integração entre profissionais, sociedade e entidades governamentais. Confira como foi a última edição do CNP.
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Julianna Curado / Equipe de Comunicação do Confea