
CREA-RS realiza homenagem em comemoração ao Dia do Engenheiro de Minas

O Eng. de Minas Leandro Fagundes falou sobre a profissão . Créditos: Arquivo CREA-RS
Nesta quarta-feira (10), comemorou-se o Dia do Engenheiro de Minas, profissão que integra o Sistema Confea/Crea. Em homenagem aos profissionais, o CREA-RS preparou um vídeo com o depoimento do Eng. Minas Leandro Fagundes, presidente da Associação Gaúcha de Engenheiros de Minas (Agem) e professor universitário, sobre o mercado de trabalho e as perspectivas da área.
Fagundes se formou em Engenharia de Minas em 1987 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Trabalhei quase 25 anos no setor privado, e agora, nos últimos cinco anos, estou atuando na academia, como professor universitário, tentando transmitir um pouco da experiência desses 30 anos de profissão”, conta o professor.
Segundo Fagundes, atualmente há uma polêmica em relação à atuação da profissão, principalmente no setor de mineração, que concentra 34% do mercado de trabalho, maior porcentagem da área de Geologia e Engenharia de Minas. “Mas a gente não pode esquecer que, na nossa sociedade, praticamente 80% dos insumos que consumimos hoje em dia dependem do setor mineral. Então se tu me perguntar, não sou a favor nem contra, mas eu preciso da mineração, e da mineração correta”, afirma o professor. Ele também ressalta que quem atua nesse setor trabalha de modo a exercer a profissão de Engenheiro da maneira correta, o que geralmente é ofuscado por eventuais problemas.
O professor também relembra que a história da mineração no RS já tem mais de 100 anos e vive de ciclos. É possível encontrar fotos da época de D. Pedro II e da Princesa Isabel visitando minas de carvão em Arroio dos Ratos, antes da virada do século passado. Os ciclos vividos incluíram belgas e ingleses procurando cobre e ouro, até um boom nos anos 70 e uma queda da mineração de cobre nos anos 90. Agora, vive-se um novo ciclo, com propostas de projeto em carvão, metais básicos, fosfato e minerais pesados, compondo uma nova perspectiva.
De acordo com o Engenheiro, hoje o Rio Grande do Sul é o maior produtor de carvão do Brasil. No entanto, no momento, o setor não está com a demanda aquecida, pois a economia e o consumo de energia estão em baixa. “A gente vive de ciclos. Na mineração, o minério está lá disponível, e no momento em que existirem as condições da economia para a utilização do produto, vai aparecer a oportunidade para a viabilização daquele insumo”, afirma Fagundes. O professor também destaca diversos projetos que estão sendo desenvolvidos no estado, como o projeto Mina Guaíba, da Copelmi, empresa privada que busca abrir uma mina na região metropolitana. Outros projetos incluem o fosfato, que é algo relativamente novo no RS, estado iminentemente agrícola e que precisa de corretivos agrícolas; e o chumbo e o zinco, projeto que a Nexa quer explorar na região de Caçapava do Sul.
